Ensaio Mazda2 Advance Navi

A Mazda lançou em Julho a nova versão Advance do Mazda2, que veio reforçar a sua gama no nosso país e tivemos oportunidade de testar este modelo durante alguns dias.

Exterior

É inegável que o Mazda2 Advance tem um aspecto exterior bem interessante, sendo que a cor Azul Dynamic (metalizada) se destacava na unidade que testámos.

Um dos aspectos que cativa o olhar são as jantes de liga leve pretas, apenas presentes nesta versão Advance do Mazda2, um pormenor que ajuda a destacar este modelo do panorama habitual e aborrecido das jantes de liga leve prateadas. Outro aspecto curioso é o facto da Mazda recorrer a uma “barbatana de tubarão” na cor da carroçaria para a antena.

Estes dois pormenores contribuem para dar um toque de agressividade a este modelo, apesar das prestações do motor não reflectirem este facto, como iremos falar mais à frente.

Interior

Quando entramos no Mazda2 Advance Navi pensamos estar a entrar num veículo de um segmento superior, pois o nível de acabamentos e dos equipamentos presentes é elevado. O tablier conta com diversos elementos em pele, agradável ao toque, de que são exemplos o volante e a alavanca das mudanças.

Um elemento que está completamente desfasado da sobriedade e elegância do tablier é o ponteiro saliente no painel de instrumentos (ver foto abaixo) que serve para regular a iluminação e fazer reset ao contador de quilómetros em viagem, algo que poderia ter sido integrado no painel de forma mais harmoniosa e elegante.

Na zona central temos um ecrã táctil de 7″ para o sistema de infotainment que, na versão Advance Navi, inclui o sistema de navegação. Este sistema de infotainment, para além das chamadas através do sistema de alta-voz, permite também a partilha de músicas a partir do smartphone, quer por bluetooth, quer por ligação por cabo USB.

O sistema de navegação é baseado no Here e comporta-se de forma aceitável, tendo no entanto apresentado uma falha grave (em Queluz) ao mandar-me seguir por um local que há décadas é uma escadaria (se fosse a pé seria realmente o caminho mais curto).

Os mapas do Here estão guardados num cartão SD, facilmente acessível na consola central, e podem ser actualizados gratuitamente na net durante os primeiros três anos, o que me parece um período curto – mas melhor do que nas marcas que nem isso oferecem.

Em condução, e por questões de segurança, tanto o sistema de infotainment como de navegação deixam de poder ser controlados por touch, passando o seu controlo a ser possível apenas através do comando rotativo disponível na consola central, junto ao travão de mão.

Os bancos dianteiros são confortáveis e contam com apoios lombares que dão a estabilidade necessária mesmo em situações de condução mais “dinâmica”.

No banco traseiro, com capacidade para três passageiros, existe espaço suficiente para os adultos estarem sentados sem sentirem as pernas a serem apertadas pelos bancos da frente. Convém referir que é recomendável que o terceiro passageiro do banco traseiro seja uma criança, pois o lugar do meio é um pouco mais elevado e menos confortável que os restantes.

O ar condicionado é automático e os vidros de todas as janelas têm comandos eléctricos.

A bagageira, com 280 litros de capacidade, tem espaço q.b. para as compras da semana, ou até mesmo para uma escapadinha de fim-de-semana. Interessante é o facto da bagageira estar completamente protegida com um tapete de borracha que ocupa toda a sua superfície.

Sistemas de auxílio à condução

O Mazda2 Advance é um carro com uma boa estabilidade, contando com o controlo de tracção e estabilidade para o manter agarrado à estrada mesmo em situações eventualmente mais perigosas, como curvas apertadas em piso molhado.

O cruise control e o limitador de velocidade, bem como o sistema de alerta de saída de faixa (Lane Departure Warning) contribuem para uma condução mais agradável e segura em viagens mais longas, não faltando também o sensor de chuva para activar automaticamente os limpa-vidros.

Para auxiliar ao estacionamento contamos com a ajuda da câmara e sensores traseiros, no entanto à frente não existe nenhum tipo de tecnologia de auxílio, tendo o condutor de continuar a fazer o cálculo de distâncias “a olho”.

Motor

Equipado com um motor Skyactiv-G 1.5 a gasolina com 90cv, este Mazda2 acabou por não ter um desempenho à altura do que seria esperado, principalmente ao nível das recuperações em regimes baixos, arrastando-se demasiado até atingir as rotações onde começa realmente a ganhar alguma vida. Ainda por cima, isso nem sequer vem acompanhado por consumos particularmente reduzidos.

A Mazda anuncia um consumo médio de 4,9 l/100km, valor que se veio a revelar incorrecto, como acontece com a grande maioria (todos?) dos fabricantes, já que nos cerca de 200 kms percorridos em diversos tipos de estrada, o consumo foi na ordem dos 6,8 l/100km. O consumo anunciado pelo fabricante japonês poderá eventualmente ser alcançado conduzindo a 80/90 km/h em auto-estrada, ou seja, um tipo de condução que ninguém pratica no dia-a-dia.

Curiosamente, a gama Mazda2 só está disponível no nosso país com motorizações a gasolina (de 75cv, 90cv e 115cv), algo pouco comum no mercado nacional.

Preço

O Mazda2 Advance Navi Skyactiv-G 1.5 de 90 cv (versão ensaiada) tem um preço de tabela de €19.018, ao qual será necessário adicionar os €400 da pintura metalizada.

Os valores da gama Mazda2 iniciam-se nos €15.067 (para a versão Essence com motor 1.5 SkyActiv-G 75 cv) e vão até aos €23.601 da versão Excellence com motor 1.5 SkyActiv-G de 115 cv com o Pack High Safety e pintura metalizada.

Avaliação Final

O Mazda2 Advance Navi Skyactiv-G 1.5 de 90 cv revelou-se, simultaneamente, uma surpresa e uma desilusão: a surpresa pela sua qualidade interior e a desilusão pelas prestações do seu motor 1.5 de 90 cv.

Pontos positivos:
– qualidade interior
– conforto
– segurança

Pontos negativos:
– fracas prestações do motor
– consumos acima do anunciado
– falhas no sistema de navegação

No geral, o Mazda2 Advance Navi Skyactiv-G de 90 cv é uma opção interessante para quem procura um veículo para o dia-a-dia, onde os factores mais importantes sejam a qualidade, conforto e segurança e em que as prestações não sejam um factor determinante na escolha.

 

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