A Bosch está a realizar uma exposição em Braga onde mostra algumas das tecnologias que está a desenvolver, com grande foco nos sistemas para os automóveis do futuro.
Há imensa tecnologia incluída nos automóveis actuais que foi desenvolvida cá em Portugal sem que as pessoas o saibam. Desta vez, pudemos ver um pouco daquilo que ainda não está aplicado nos automóveis, mas que poderá vir a estar no final desta década. A Bosch tem projectos nas mais variadas áreas, muitos deles em parceria com a Universidade do Minho, e não havia falta de coisas interessantes para atrair os convidados – sendo que, infelizmente, por força das circunstâncias actuais, o evento não está aberto ao público em geral, mas conta com a visita de inúmeras escolas da região.
Felizmente o tempo cooperou, e havia um agradável espaço exterior onde se podiam ver algumas demonstrações ao vivo de algumas das tecnologias; incluindo uma demonstração do sistema de comunicação entre veículos, que sinalizava uma travagem de emergência para um motociclo que seguia com visão obstruída por outro automóvel, de modo a que pudesse parar a tempo e em segurança.
As tecnologias de comunicação entre-veículos e “coisas” tem sido uma das grandes apostas, em preparação para o momento em que esses sistemas se tornarem obrigatórios nos automóveis, o que poderá acontecer lá para 2025. Mas existem muitos outros sistemas curiosos, como sistemas que detectam a sujidade, vocacionados para serviços de partilha de carros, e até sistemas capazes de avaliar o estado emocional dos ocupantes, podendo sinalizar automaticamente situações de violência. Também há sistemas pensados para serem aplicados nos automóveis actuais, que funcionam como “caixa negra” para armazenar um registo do que aconteceu, particularmente em situações anómalas como desacelerações bruscas, ruído de quebra de vidros, ou até detecção de fumos ou gases nocivos.
Também tivemos oportunidade de ver um simulador de motos onde são testados vários sistemas de alerta para o piloto, passando por sistemas de realidade aumentada instalados no capacete e sistemas de vibração no casaco; sistemas de realidade aumentada para treino de operários; lentes ultra-finas (podendo incluir lentes “zoom” em espaço de poucos microns) destinados a sistemas de LIDAR; e muitos projectos destinados à melhoria da eficiência das próprias linhas de produção da Bosch.
Não é frequente termos oportunidade de ver as secções de “investigação e desenvolvimento” de grandes empresas no nosso país, mas é bom ver a Bosch a abrir as portas para o fazer mais uma vez, dando-nos um vislumbre daquilo que no futuro veremos instalado em carros dos mais variados fabricantes… sem sabermos que foi feito cá em Portugal.
P.S.: O nosso agradecimento à Bosch pelo convite feito para este evento e pela simpatia com que fomos recebidos.