Há um novo sistema de propulsão eléctrico que está a mostrar o que vale no espaço, e que usa iodo comum.
Os sistemas de propulsão eléctrica para o espaço são muito desejados, evitando a necessidade de se carregarem os volumosos tanques de combustível e oxidante utilizados pela propulsão química convencional, e possibilitando que uma nave se pudesse movimentar durante muito mais tempo desde que tenha energia eléctrica – que pode ser fornecida por painéis solares, ou um reactor a bordo. Apesar de produzirem um impulso que é bastante pequeno, é mais que suficiente para fazer correcções em satélites em órbita, ou para missões de longa duração onde esse pequeno impulso se pode ir acumulando ao longo de meses (ou anos).
Tradicionalmente, estes sistemas de propulsão iónica têm utilizado xénon como o gás para gerar a reacção que efectua a propulsão, mas o xénon é um gás extremamente raro e dispendioso. Motivo que levou um grupo a testar uma abordagem diferente, usando o comum iodo.
O iodo tem proporcionado propulsão cerca de 50% mais eficiente que os sistemas de xénon, e tem outras vantagens, como o facto de poder ser mantido em estado sólido que passa directamente a gás quando aquecido, simplificando o processo de miniaturização do sistema. O sistema actual NPT30-I2 da ThrustMe ocupa apenas um volume de 10 x 10 x 10 cm e tem uma massa de 1,2 kg, tendo sido testado num Cubesat de 20 kg e sido capaz de elevar a sua órbita em mais de 3 km quando testado no espaço.
Claro que nem tudo são vantagens. O iodo é altamente corrosivo, podendo causar problemas se não for devidamente acondicionado, e as vibrações durante o lançamento podem partir o bloco sólido de iodo, afectando a eficiência. Mas, por agora, é mais um caminho a explorar.