NASA prepara actualização para as Voyager

Dando toda uma nova definição de “remoto” às actualizações remotas, a NASA prepara uma actualização para as sondas Voyager que estão a cerca de 20 mil milhões de quilómetros de distância da Terra.

Enquanto por cá vamos discutindo se cinco, sete, ou dez anos, são período suficiente para manter o suporte de um produto, na NASA esse suporte aproxima-se do meio século. As sondas Voyager estão no espaço há 46 anos, e a sua idade há muito que se tem feito notar, obrigando a desactivar a maioria dos seus instrumentos científicos à medida que a sua capacidade de gerar energia se vai reduzindo. No entanto, o ponto mais crítico tem sido o de controlo dos seus propulsores, indispensáveis para manter o alinhamento da sua antena principal de modo a conseguir comunicar com a Terra.

Há poucos meses houve novo susto com a perda das comunicações, e a NASA quer evitar que esse tipo de coisa volte a acontecer, com uma actualização que pretende tornar as sondas mais resistentes a alguns problemas nos seus computadores, e aplica uns ajustes ao sistema de controlo da propulsão para lidar com as linhas de combustível que têm ficado parcialmente obstruídas. A actualização será primeiro enviada para a Voyager 2, que está mais próxima, e servirá de “cobaia” para validar que tudo corre bem antes de ser enviada para a Voyager 1, que está mais distante e por isso fornece dados mais valiosos aos cientistas.

A nível de combustível as sondas estão relativamente bem, com combustível para mais 10 a 15 anos e estimando-se que os propulsores se mantenham funcionais durante pelo menos mais cinco anos; o maior problema são as suas baterias nucleares que vão perdendo capacidade (cerca de 4W) a cada ano que passa. Quando chegarem ao ponto de não conseguirem fornecer os 200 W necessários para o transmissor que mantém as comunicações, a missão Voyager chegará oficialmente ao fim. No entanto, os cientistas esperam que só tenham que começar a desligar mais instrumentos em 2026, e que as sondas deverão conseguir manter as comunicações até depois de 2030.

… Por essa altura, será extremamente duvidoso se algum smartphone actual em uso ainda terá direito a actualizações… 🙂

Publicado originalmente no AadM

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