Elon Musk promete frota de carros autónomos para 2020

A Tesla revelou finalmente mais detalhes sobre o seu sistema de condução autónoma, e o ambicioso plano de ter uma frota a fazer transportes sem necessidade de motorista já no próximo ano.

No seu “Tesla Autonomy Day”, a Tesla revelou muitos dos detalhes por trás do seu esforço para dar a capacidade de condução autónoma total aos seus veículos, e que acredita ter conseguido com o seu novo hardware.

O novo computador, contando com chips criados de raiz pela Tesla, dá um salto de gigante em termos de processamento – passando da capacidade de processar 110 frames por segundo para 2.100 frames por segundo – mantendo um consumo reduzido (inferior a 100W). E, melhor ainda, resulta num hardware que custa apenas 80% do computador anterior.

Elon Musk continua a desvalorizar o LIDAR e os mapas de alta-definição em que todos os seus rivais têm estado a apostar, mantendo que as câmaras, a par do radar frontal e sensores ultra-sónicos em redor do carro são tudo o que é preciso para permitir condução autónoma em segurança: da mesma forma que um condutor humano, dependendo apenas dos seus olhos, o consegue fazer.

A Tesla diz que a aposta numa rede neuronal para processar o vídeo tem resultado, muito por conta de todo o tipo de imagens e exemplos que vão sendo captados pelos Tesla já a circular na estrada, e que permitem registar todo o tipo de casos “únicos”. Sendo que, cada condutor que está a conduzir um Tesla está também, de certa forma, a contribuir para o melhoramento do sistema (já que o automóvel está continuamente a fazer uma condução autónoma virtual, e a comparar aquilo que faria com aquilo que o condutor está realmente a fazer).

Assim já se percebe porque é que a Tesla opta por incluir todo o hardware “Full Self Driving” em todos os veículos, mesmo que os clientes não paguem pela opção. E tudo isto para revolucionar o sector dos transportes, já a partir do próximo ano – segundo Elon Musk.

Elon Musk diz que a sua Tesla Fleet, de transporte de pessoas, começará a funcionar já em 2020 e mudará por completo o paradigma de se ter um carro. Na maioria dos casos, um carro passa a maior parte do tempo parado. Com a capacidade de condução autónoma, em vez de o deixar estacionado será possível activar a opção “vai trabalhar”, deixando-o à disposição do serviço de transportes autónomos até que se volte a precisar dele – incluindo uma opção que apenas permite que possa ser usado por amigos e conhecidos.

A Tesla diz que o custo de operação de um destes “Robotaxi” será uma fracção do custo actual de chamar um Uber, e também inferior ao custo de manter um carro próprio (dos que ficam estacionados).

A partir do próximo ano a Tesla diz que todos os seus carros estarão preparados para aguentar 1 milhão de milhas (1,6 milhões de quilómetros), incluindo a bateria. Ainda a propósito das baterias, Elon Musk diz que a estratégia tem passado por promover os modelos “standard range plus” em vez dos “long range”, uma vez que assim pode produzir mais veículos (duas baterias Long Range permitem criar três veículos “standard range plus”) – e assim será possível ter mais veículos Tesla a circular nas estradas.

Elon Musk chega ao ponto de equiparar a compra de um automóvel sem capacidade de condução autónoma a “comprar um cavalo”, e que a Tesla é a única marca que actualmente está a vender automóveis com essa capacidade. Noutras previsões, Musk diz que daqui por dois ou três anos poderemos começar a ver Teslas sem volante, e que será o próprio mercado a exigir que se proíba a condução manual de automóveis.

Por muito louco que alguns possam considerar isso, não falta uma lista dos objectivos que no passado também eram acusados de serem “impossíveis” e que, de uma forma ou de outra, têm sido cumpridos.

Publicado originalmente no AadM

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