Executivo da Boeing gabou-se de mentir e enganar companhias para dispensarem treinos

Mark Forkner, antigo piloto chefe da Boeing, vai ser acusado por mentir ao regulador e enganar companhias aéreas para dispensarem treinos adicionais nos seus pilotos.

O caso Boeing 737 Max está longe de estar terminado, mesmo depois da Boeing ter sido condenada a pagar uma multa de 2,5 mil milhões de dólares. Agora, trata-se de responsabilizar o papel do seu antigo piloto chefe pelo papel que teve neste caso, tendo mentido ao regulador aéreo nos EUA.

A Boeing alterou os motores do Boeing 737 Max fazendo com que tivesse propensão para levantar o nariz e entrar em “stall” (falta de sustentação) durante a descolagem. Para “desenrascar”, aplicou uma correcção de software que fazia o avião baixar o nariz automaticamente. Só que a Boeing escondeu o impacto que isto iria ter nos pilotos, quando o seu próprio piloto chefe tinha reportado as dificuldades encontradas durante os voos simulados – e também sabendo que o sistema funcionava a velocidades mais baixas do que a Boeing tinha indicado oficialmente à FAA.

Pior ainda, foram descobertos emails em que ele se gabava dos seus “poderes Jedi” ao enganar companhias aéreas dizendo-lhes que não eram necessárias sessões de treino adicionais para os pilotos para aprenderem a lidar com este sistema. Algo que poderia ter evitado os acidentes que vitimaram centenas de pessoas, quando os pilotos foram surpreendidos pelo comportamento inesperado dos seus aviões, sem saberem porque motivo o avião baixava o nariz inesperadamente durante a descolagem.

Forkner sujeita-se agora a poder ser condenado a um máximo de 120 anos na prisão.

Publicado originalmente no AadM

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