O problema dos sistemas de assistência à condução, é criar uma falsa sensação de segurança nos condutores.
Estudos do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) e do AgeLab do MIT revelam que os condutores tendem a abusar dos sistemas de condução assistida, como o Autopilot da Tesla e o Pilot Assist da Volvo, distraindo-se com outras actividades. O estudo mostra que, à medida que os condutores se tornam mais confortáveis com estes sistemas, começam a sentir-se confiantes para fazer outras tarefas e a prestar menos atenção à estrada, o que levanta preocupações de segurança.
A pesquisa, que incluiu testes com Tesla Model 3 e Volvo S90, constatou que os participantes frequentemente usavam o smartphone, comiam ou faziam outras actividades enquanto conduziam com os sistemas activados. Tanto nos Tesla como nos Volvo, os condutores gradualmente iam aprendendo a fazer os “mínimos possíveis” para ultrapassar os sistemas de monitorização da atenção do condutor, quer isso fosse feito com uma pequena pressão no volante, ou olhando momentaneamente para a estrada, em vez de manterem a atenção permanente que estes sistemas requerem e assumem que esteja a ser feito pelos condutores.
Ambos os estudos referem que os fabricantes devem implementar salvaguardas mais fortes para garantir que os condutores mantêm a atenção, mas não oferecendo qualquer “solução milagrosa” para esse efeito. Sabendo-se que os condutores até são capazes de recorrer a tácticas criativas para enganar os sistemas de monitorização (desde pesos no volante, a usarem bonés com fotos de rostos e olhos para parecer que estão atentos), fico curioso sobre se efectivamente existirá qualquer solução que seja 100% eficaz… a não ser não usar o sistema de assistência e deixar que seja o condutor a conduzir o carro de forma manual.