Os cientistas têm, pela primeira vez, imagens mais próximas do pólo sul do Sol durante o processo de inversão dos pólos magnéticos.
A sonda Solar Orbiter, uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Europeia, conseguiu captar pela primeira vez imagens próximas do pólo sul do Sol em luz ultravioleta. Este registo raro surge num momento curioso: o Sol está no pico da actividade do seu ciclo de 11 anos e os seus polos magnéticos acabaram de se inverter – uma fase conhecida como “máximo solar”.
Esta inversão faz com que ambos os polos do Sol estejam agora concentrados na parte inferior da estrela durante algum tempo, antes de o campo magnético se reorganizar na configuração oposta. Graças a uma ajuda gravitacional de Vénus em Fevereiro, a sonda Solar Orbiter conseguiu inclinar-se fora do plano equatorial do Sol para captar estas imagens.
Lançada em 2020, a sonda está equipada com vários instrumentos para estudar o Sol de diferentes formas, desde imagens em luz óptica e ultravioleta até ao mapeamento dos campos magnéticos e das diferentes camadas da atmosfera solar. Os cientistas esperam que estas observações ajudem a desvendar o mistério do ciclo interno do Sol e a melhorar as previsões de tempestades solares que podem afectar redes eléctricas, satélites e sistemas de navegação na Terra.
Neste momento, a Solar Orbiter observa o Sol a partir de um ângulo de 17 graus abaixo do equador solar, mas a sua órbita irá inclinar-se ainda mais nos próximos anos. Em 2026 deverá chegar aos 23 graus e, até 2029, poderá atingir os 33 graus, permitindo mapear os polos com ainda mais detalhe.