Dificilmente haverá duas pessoas com os mesmos requisitos de transportes, mas há pelo menos uma que diz que lhe fica bem mais barato andar de Uber do que ter o seu próprio carro.
Neste relato de uma pessoa que se mudou de São Francisco (onde tinha o seu carro) para Londres (onde passou a recorrer ao Uber), as contas não deixam margens para dúvidas: de mais de 10 mil dólares anuais em despesas com o carro, passou para cerca de metade recorrendo ao Uber.
Os exemplos de uns dificilmente servirão para outros, mas penso que o que mais interessa é levantar a questão que muitas vezes fica esquecida: se ter carro próprio é realmente a opção economicamente mais eficiente. Ou seja, esta afirmação de que andar de Uber pode ficar mais barato que ter carro próprio aplicar-se-ia também a muitos outros casos, como: andar de táxi fica mais barato que ter carro próprio; andar de bicicleta fica mais barato que ter carro próprio; ou andar de transportes públicos fica mais barato que ter carro próprio…
Mas muitas vezes as pessoas optam por dar prioridade à comodidade de ter carro próprio, mesmo que isso seja a pior opção possível. Tirando aquelas pessoas que passam a maior parte do dia a andar de carro, as outras acabam por ter um carro que passa a maior parte do seu tempo parado numa garagem ou lugar de estacionamento – o que definitivamente não será a melhor forma de “fazer render o investimento”.
Se as pessoas tivessem a confiança num serviço que sabem que os pode vir buscar numa questão de minutos, e levá-las até ao destino a preços competitivos… não se torna obrigatório repensar a questão de ter um carro? Parece-me que sim… e penso que à medida que nos formos aproximando da meta dos carros autónomos sem condutor, será obrigatório fazê-lo.