A UE quer banir a venda de carros novos a gasolina ou gasóleo a partir de 2035, mas Portugal é um dos países que se opõe à medida.
Apesar de ter passado as últimas décadas a assumir-se como país pioneiro na adopção e incentivo ao uso dos carros eléctricos, na altura da verdade Portugal junta-se ao lote de países que quer adiar a transição obrigatória para os eléctricos. A UE quer proibir a venda de carros novos a combustão em 2035, mas Portugal é dos que vota contra, pedindo um adiamento de cinco anos e que isso seja feito apenas em 2040.
Ao lado de Portugal estão países como a Itália, Eslováquia, Bulgária e Roménia, que justificam o pedido com as “grandes diferenças no poder de compra” que existem para os restantes países da UE.
É uma justificação algo estranha, considerando que essa “diferença no poder de compra” parece não afectar que por cá se tenha coisas como os combustíveis dos mais caros da Europa, ou o próprio preço dos carros, também mais caros que a maioria dos países com maior poder de compra (nem vamos falar dos dados móveis e outras coisas).
Poderia dizer-se que, com as taxas e impostos que o governo recebe dos combustíveis, cujo preço atinge valores recorde, o principal intuito é tentar garantir que essa fonte de receitas se mantém durante o máximo de tempo possível. Parece é estar a escapar que, também devido a estes preços, é bastante provável que a grande maioria dos portugueses acabe por optar por um eléctrico de forma voluntária bastante antes da data obrigatória, quer isso acabe por acontecer em 2035 ou em 2040.