O motor EmDrive, que parece desafiar as leis da física, continua a dividir a comunidade científica. Mas a palavra final poderá ser dada já nos próximos meses, com a criação dos instrumentos mais sensíveis de sempre, que permitirão esclarecer se realmente produz propulsão ou não.
O EmDrive é alegadamente capaz de transformar electricidade em propulsão sem necessidade de qualquer combustível adicional – e de certa forma podendo ser equiparado a ter um barco à vela a movimentar-se usando uma hélice no barco para soprar sobre as velas. Dita a lógica que isso não funciona, mas o EmDrive tem continuado a dar bastantes dores de cabeças aos físicos, por aparentemente funcionar.
O problema é que a propulsão que teoricamente é gerada por este motor é ínfima e fica nos limites (ou para além dos limites) dos instrumentos actuais. Segundo um dos cientistas que está a estudar este motor, os actuais aparelhos conseguem medir forças de micro-newton, mas para este EmDrive será necessário aparelhos capazes de medirem com precisão de nano-newton.
Felizmente, foi precisamente isso que foi feito, e que permitirá colocar este motor à prova, mais uma vez. Mas os instrumentos em si não serão a única componente crítica; nesta escala de valores tão ínfima é igualmente necessário garantir que essa força não esteja a ser causada por um qualquer efeito secundário (como o aquecimento), ou uma qualquer interferência externa. Com sorte, poderemos saber definitivamente se o EmDrive produz propulsão ou não daqui por alguns meses. E se se verificar que sim… irá abrir-se uma nova era na exploração espacial.