Boeing 737 Max estava a voar sem sistemas redundantes activados

A Boeing parece não ter fim à vista para os problemas do 737 Max, agora descobrindo-se que os sistemas de controlo de voo redundantes não estavam a funcionar como deviam, podendo perder-se o controlo em caso de corrupção de memória.

O caso foi descoberto durante um teste que simula a alteração de alguns bits de memória por acção de raios cósmicos. Uma situação que é rara mas que pode acontecer, e cuja probabilidade aumenta quanto maior for a altitude a que se está – sendo por isso de importância crítica para os aviões.

Este tipo de acontecimentos pode resultar no “crash” do computador ou realização de operações erradas, sendo que por isso os aviões estão equipados com um computador adicional, redundante, para poder assumir o controlo em caso de falha. Só que no Boeing 737 Max, o sistema não estava a ser utilizado em modo de redundância activa, mas somente a utilizar um único computador de cada vez. Ou seja, se o computador que estivesse a ser utilizado encravasse, ficava encravado sem que o outro assumisse o controlo!

Aparentemente, foi devido a uma decisão da Boeing que tem feito com que os seus aviões funcionem assim há décadas; e está também a levantar alguma polémica quanto ao trabalho de inspecção feita pela FAA norte-americana (e demais entidades de certificação que têm aprovado estes aviões para voo).

Publicado originalmente no AadM

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