Astrónomos preocupados com poluição luminosa dos satélites Starlink

A constelação Starlink da SpaceX ainda tem apenas 60 satélites no espaço – mas o facto de já se terem tornado num espectáculo nocturno – vem dar força à preocupação dos astrónomos.

Actualmente existem em órbita cerca de 5.000 satélites, sendo que apenas 2.000 estão operacionais. Ao longo dos próximos anos este número vai multiplicar-se várias vezes: só a constelação Starlink representará cerca de 12 mil satélites, e há outros serviços idênticos que pretendem lançar milhares mais. Todos estes satélites a percorrer o céu têm alguns efeitos secundários… especialmente para quem estiver a tentar observar o cosmos.

Quando um destes satélites “luminosos” passa no campo de visão de um telescópio, irá gerir um risco numa captura de longa exposição, resultando em trabalho acrescido para processar e remover essa passagem. E se agora isso acontece de forma ocasional, no futuro irá ocorrer com muito maior frequência.

Felizmente, o panorama poderá não ser tão mau quanto parece. Estes satélites apenas são “luminosos” em momentos específicos, quando o seu corpo ou painéis solares estão numa posição que reflecte o Sol – e que acontece no período do anoitecer ou alvorada. As observações que estiverem a ser feitas “de noite” ficarão a salvo destes riscos dos satélites (um satélite na sombra da Terra não reflecte nada), quando muito podendo fazer a oclusão momentânea de algumas estrelas distantes, o que não afectará uma foto de longa exposição.

… Mas uma coisa é certa, durante os tais períodos “críticos”, não vão faltar pontinhos brilhantes a passear pelo céu. 🙂

Publicado originalmente no AadM

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