A constelação Starlink da SpaceX ainda tem apenas 60 satélites no espaço – mas o facto de já se terem tornado num espectáculo nocturno – vem dar força à preocupação dos astrónomos.
Actualmente existem em órbita cerca de 5.000 satélites, sendo que apenas 2.000 estão operacionais. Ao longo dos próximos anos este número vai multiplicar-se várias vezes: só a constelação Starlink representará cerca de 12 mil satélites, e há outros serviços idênticos que pretendem lançar milhares mais. Todos estes satélites a percorrer o céu têm alguns efeitos secundários… especialmente para quem estiver a tentar observar o cosmos.
Quando um destes satélites “luminosos” passa no campo de visão de um telescópio, irá gerir um risco numa captura de longa exposição, resultando em trabalho acrescido para processar e remover essa passagem. E se agora isso acontece de forma ocasional, no futuro irá ocorrer com muito maior frequência.
For no reason at all, here's what it looks like when a satellite goes through Hubble's field of view whilst you are trying to image something in the distant solar system. pic.twitter.com/eLWR1ncdqx
— Alex Parker (@Alex_Parker) January 25, 2018
Felizmente, o panorama poderá não ser tão mau quanto parece. Estes satélites apenas são “luminosos” em momentos específicos, quando o seu corpo ou painéis solares estão numa posição que reflecte o Sol – e que acontece no período do anoitecer ou alvorada. As observações que estiverem a ser feitas “de noite” ficarão a salvo destes riscos dos satélites (um satélite na sombra da Terra não reflecte nada), quando muito podendo fazer a oclusão momentânea de algumas estrelas distantes, o que não afectará uma foto de longa exposição.
… Mas uma coisa é certa, durante os tais períodos “críticos”, não vão faltar pontinhos brilhantes a passear pelo céu. 🙂